Outras
tribos de índios que também reputamos tapúias, existiam pelo
interior; mas destas muito de leve nos ocuparemos, porque só muito
posteriormente á conquista é que se acharam em contacto com os europeus.
Degenerados então, confundidos com os Tupys, influenciados pela
civilização ainda que esta se barbarizava nos colonos e seus descendentes,
convertidos em soldados de bandeira e caçadores de homens, tudo na sua vida e
costumes indicava a fusão de tribos diferentes, e tal que foram muitas delas
classificadas como formando - uma só raça. E’ isto o que Ferdinand Denis
conjectura dos Coroados: “Poder-se-ia supor, diz este
autor, que os Coroadosformavam um grande povo intermédio entre os
“Tupys” e seus inimigos naturais.” Com referência aos Coroados de S.
Paulo, Saint Hilaíre escreveu: “Além disso, os traços dêstes últimos são
bastante agradáveis, a julgar pelas duas indias que vi, em 1820, em Curitiba,
e, ao contrário, como disse no relato de minha primeira viagem, não há, talvez,
indígenas mais feios do que os do Rio Bonito. As duas nações não têm, assim, de
comum, senão o nome que não é propriamente o seu, mas o que lhes foi dado pelos
portuguêses, e, provàvelmente, nem mesmo indica uma perfeita identidade na
maneira de cortarem seus cabelos, porque os Coroados, de S. Paulo,
fazem uma espécie de tonsura no alto da cabeça, e parece que os do Rio Bonito
reduziam outrora sua cabeleira a uma calote arredondada corno a
dos Botucudos”. O escritor francês Debret adianta que os índios de Valença
cortavam os cabelos de maneira a formar uma espécie de coroa no alto da cabeça;
entretanto, muitos deles usavam a cabeleira negligentemente caída sobre os
ombros. Os Coroados de Valença deixavam crescer a guedelha, ou usavam
cercilho; mas, o uso mais geral era tosquiar e aparar o cabelo regularmente,
obedecendo a uma linha que passava pela altura das orelhas. Existiam em todo o
sertão, que separava as províncias de Mato Grosso e Goiás, tribos de índios com
essa denominação, em número de oitenta grandes aldeamentos, indômitos,
exercendo carnificina e tropelias tais que obrigavam o governo a expedir
“bandeiras” para bate-los, o que, em vez de serená-los, mais lhes exarcebava o
rancor. Os Coroados de Valença se compunham de duas hordas: os
“Tampruns” e os “Sararicões”, selvagens mestiçados que se confundiam;
entretanto, faziam parte deles outras hordas, como os Puris, índios
tão mesquinhos em seu físico e célebres pelo seu espírito rixoso. Apaixonados e
ciumentos, os Puris, iam ao extremo: adotavam, temporariamente, a
poligamia, consistindo a união conjugal em ser o pai da noiva brindado pelo
pretendente, que a recebia como retribuição do seu presente.
Os Araris eram outras tribos que promoviam incursões em Sacra Família
do Tinguá, em Conceição do Pati do Alferes e em Conceição da Paraíba Velha,
freguesias próximas, onde resistiram, por algum tempo, à marcha da Civilização.
O Padre Manoel Aires do Casal, autor da Chorographia
Brazilica, publicada em 1817, cuidando de Valença, assinala que — “Valença
era uma aldêa consideravel, de quatro hordas de indios christianizados “.
Em Valença — comenta Rodolfo Garcia, em seu livro Explorações
cientificas no Brasil — existiam os remanescentes de quatro tribos: os
“Purus”, os “Araris”, os “Pitás” e os “Xumetós”. Debret afirma que
os Coroados se confundiam com os Coropós e essas duas nações
semelhantes — fragmentos da raça dos Tapúias — uniam-se para fazer
guerra aos Purus que os perseguiam sem cessar, embora fossem de
origem comum. E’ sabido que os Coropós e a maior parte
dos Coroados eram civilizados.
Uma
índia “Coropó” Um
índio “Coropó” (Rugendas)
Debret se refere a que os Puris (*) eram selvagens da grande
família dos Tapúias, os quais se dividiam em várias tribos, continuamente
em guerra. O nome genérico da nação dos Puris tem sua origem na
língua dos Coroados, e quer dizer — “audaz” ou “bandido” — nome
insultante que lhes foi dado por estes últimos, por causa da guerra contínua
que lhes moviam os primeiros; do mesmo modo, os Puris, indignados com
o epíteto, chamavam, também, osCoroados de — “puris”, para injuriá-los.
(*) Segundo alguns autores, “Puris» quer dizer antropófagos.
Outras denominações havia, das quais se não pode fazer menção para excitar
idéias desonestas. Observa Varnhagen que tais alcunhas não tinham lugar entre
os índios da região valenciana, mas também entre outras raças. Para o lado de
Conservatória (Santo Antônio do Rio Bonito) existiam os
índios Araris, supostos descendentes dosBacumins, cabilda que, segundo
Nélson de Sena, teve representantes entre Rio Preto, Valença e o vale do
Paraíba, na linha divisória dos territórios fluminense e mineiro.
Uma índia da família dos "Purus" (Des. de
Debret) Milliet de Saint Adolphe deu a denominação de Purus aos
índios dessa região. Entretanto, Rodolfo Garcia, na sua memória sobre
etnografia indígena, publicada no Dicionário Histórico, Geográfico e
Etnográfico do Brasil, assinala “Puris”, sem qualquer explicação. Joaquim
Norberto, ainda em sua Memória sobre as aldeias dos índios da Província do
Rio de Janeiro, acha que os índios Purus eram descendentes
dos Goitacazes, em vista da flagrante semelhança de linguagem, de
usos e de costumes. Em virtude da confusão reinante nas crônicas antigas, e das
dúvidas levantadas pelos estudiosos, a contradição veríficada nos documentos
conservados não permite conhecer-se, em definitivo, todas essas tribos
errantes. Não tinham tais tribos habitação fixa: mudavam-se voluntariamente, ou
eram compelidas pelos inimigos indígenas ou deslocadas pelos brancos
desbravadores. Seja como for, a denominação Coroados ficou consagrada
pelo uso antigo. A denominação Purus persiste como geralmente a mais
conhecida, e é encontrada no Dicionário Geográfico, Topográfico e Etnográfico
do Império — de Moreira Pinto. (Pág. 753 — vol. II). Taunay, citando
Ribeyrolles, escreve:
“E si por volta de 1798, nesse ano de imenso fragor e procelosas tempestades,
qualquer estrangeiro se desgarrasse pelas matas intermediárias aos rios Paraíba
e Preto, descortinaria, apenas, por aquela zona bravia, choupanas cobertas de
palmeiras, residências dos fidalgos da Natureza, apelidados “bugres”. Estes
índios da triboPuris, raça pequena, cor de cobre carregada, e
dos Araris, mais claros e membrudos, verdadeiros guerreiros de
flecha, faziam freqüentes correrias pelas terras dos civilizados, de modo que
as gentes das freguesías do Paty do Alferes e de S. Pedro e S. Paulo da Paraíba
faziam, a custo, suas derrubadas no meio das tormentas do céu e
das avalanches da Mantiqueira”. Conquanto indolentes, esses selvagens
eram possuidores de bondade e muito apaixonados pela caça e pesca, e aceitavam
facilmente a domesticidade. Saint Hilaíre, avistando-se com os índios de
Valença, na fazenda de Ubá, achou-os feios, imundos, grosseiros, acanhados e
imbecis. Oliveira Viana nos relata em Evolução do Povo Brasileiro que
os índios Purus e Coroados, pintados por Rugendas, ao
contrário de Saint Hilaire, eram de rara beleza, principalmente a
índia Puru. Um índio “Coroado” não civilizado - Des.
de Joaquim Alves As principais características dos índios de Valença,
relativamente aos Coroados, se definem pela sua compleição robusta e
musculosa, mostrando eles uma fisionomia sempre agradável, apenas tornando-os
feios, o uso estranho dos cabelos, como observa aquele escritor.
Os Coroados, segundo o botânico Saint Hilaire, eram feios, de
estatura baixa, cabeça enterrada sobre largas espáduas e achatada no alto e de
grande volume. A pele se apresentava com uma cor de tijolo característica,
bastante esmaecida, geralmente pintada de urucu, que lhe dava uma tonalidade
estranha. Estúpidos, indiferentes, tristes e apáticos, considerava-os o
naturalista francês, que assim escreve: “Só encaram com quem os agrada e lhes
faz presentes, e seus modos fazem lembrar os dos indivíduos da nossa raça,
quando acometidos de imbecilidade. Ora mostram uma espécie de timidez ingênua,
e quando se lhes fala, abaixam a cabeça como o fazem as crianças; ora dão
francas gargalhadas sem que se saiba do que as provocou “. Nada lhes agradava
mais que um presente de alfinetes... Não lhes causava grande prazer se lhes
oferecesse, de presente, um espelho: os homens, apenas, o contemplavam,
indiferentes; e as mulheres, mirando-se nele, repeliam-no, brusca e
inesperadamente ocultando o rosto com as mãos. Aqueles, porém, que estavam em
contacto mais direto com os brancos (portugueses), acabavam por aceitá-lo e
serviam-se dele como faca... COMO VIVIAM OS COROADOS Entre os índios, cada
família elegia o seu chefe, cuja autoridade sobre os selvagens, que viviam
dispersos nas matas, era muito limitada. O governo dos índios era dos mais infelizes!
Tudo se reduzia ao “cacique”, que era cabeça de governo. Em geral, o “cacique”
era uma espécie de rei e senhor de trinta, oitenta ou cem famílias que lhe
obedeciam, acompanhando-o com afeição, mediante a paga de algum tributo.
Lavravam suas terras e colhiam seus frutos. Os índios livres de gravames eram
fiéis aos “caciques”: tributavam-lhes o mais terno carinho e lhes eram
sinceramente solidários. O “cacicado” passava de pai a filhos, herdando-o o
primogênito, e, na falta deste, o segundo ou terceiro filho. Às vezes, sem
taxar de usurpação, se algum índio se tornasse célebre por suas façanhas
militares e adquirisse muitos adeptos, estes o aclamavam “cacique” e o
constituíam seu rei, a quem obedeciam cegamente: Toda a distinção entre nobreza
e plebe vinha dos “caciques”: os que não eram da raça de “caciques”, eram tidos
por plebeus; mas, os desta raça eram considerados com respeito e veneração. Os
índios não só olhavam com distinção os “caciques”, mas, também, a sua
descendência. Eram, com efeito, dotados de caráter nobre e majestade varonil.
Na sua extrema pobreza e em sua rudeza, apreciavam as atitudes nobilitantes, e
se sentiam honrados de ser senhores de vassalos, que o serviam com fidelidade.
“Não consta que tivessem leis para regular seus costumes; viviam sem Deus, sem
lei estável. As leis que mais os caracterizavam estavam na prática da
sensualidade sem limite das mulheres, da embriaguez ordinária, do ódio
violento, das vinganças atrozes, das superstições e da ambição descomedida de
subir ao grau supremo de feiticeiro ou de mago extraordinário. Iniciavam-se,
com certas cerimônias, por intermédio de outro feiticeiro ou mago, que, então,
“ungia” ao candidato com graxa de animais, em todo seu corpo nu, como
ordinariamente andavam. “O pudor entre os Coroados era, então,
desconhecido. Os indígenas de ambos os sexos satisfaziam suas necessidades
biológicas — publicamente, com a maior naturalidade, “como si bebessem água
quando tivessem sede”. Conquanto mais recatados, depois de se familiarizarem
com os brancos, os índios Coroados não compreenderam logo a noção da
decência que os portugueses lhes ensinavam a... desprezar, corrompendo-os, em
vez de civilizá-los. As mulheres indígenas não se envergonhavam dos gestos
pouco decentes dos brancos e não raramente cediam às menores solicitações...”
Segundo observam alguns historiadores, os índios Coroados, muitos
deles, se cobriam com um couro preso aos ombros, até pouco abaixo dos joelhos.
Muitos faziam um tecido de penas que atavam à cintura, e, as vezes, ao redor da
cabeça, em tempo de guerra, ou durante as festividades. Alguns se cobriam com
peles de animais diferentes. Índias de certas tribos eram mais recatadas e
menos licenciosas. Não é exagero dizer-se que os
índios Coroados, tanto os homens como as mulheres, andavam sem o
menor vislumbre de
recato.
Um
índio "Coroado" civilizado (Des. de Joaquim Alves) A
indumentária era simplesmente extravagante: os chefes usavam “cocares”
em ocasiões solenes, e, às vezes, usavam-nos para se abrigar do sol.
Eram feitos de penas amarelas e vermelhas — cores de sua predileção. Os
“cocares” cobriam o crânio até as orelhas, aos quais se dava a denominação
de acanguape, que quer dizer — “guarnição para a cabeça”. Nos pés
traziam uma axorcas, feitas de certos frutos que, juntos, tiniam como
cascavéis, e da cintura lhes pendia uma espécie de tanga constituída de plumas
de ema. Mais usual que as penas, era a pintura, que
os Coroados usavam sob duas formas distintas: pinturas leves, que se
apagavam facilmente, e pinturas indeléveis, que se fixavam resistentemente. A
primeira classe de tintas provinha de sumos de ervas, de mistura com barro de
cores diferentes, com que, se desenhavam, sobre o corpo, figuras disformes,
confusas e extravagantes. A segunda classe de tintas, destinadas a pinturas
fixas, era constituída do molho de uns pós de certas ervas; e, quando
a infusão estava no ponto certo que conheciam, nela molhavam a ponta de um
espinho com que, então, picavam o rosto e mais partes do corpo, até que
afluísse o sangue que, misturado à tinta, formado um botão, deixando visível
sinal no lugar picado. Relativamente aos adornos, os índios de Valença tinham
particular predileção pelos brincos de favas, pelos colares de pedrinhas e
pelos dentes de animais. As velhas índias de algumas tribos tinham, por dever,
o privilégio de arrancar aos defuntos os dentes com que confeccionavam adornos
de variado gosto. Os “caciques” Coroados usavam o cetro, feito de
coco decorado com desenhos coloridos. Enfeitavam-se com cordões de plumas
vermelhas, enrolados quatro vezes ao pescoço. Usavam, igualmente, presos ao
tornozelo e pernas, vistosos adornos feitos de penas de aves. Do seu busto
caíam cordões e enfeites de várias cores, constituídos de pequeninos ossos de
animais e aves. Eram os “balangandãs”... da época. Os
índios Coroados tinham o desmesurado vício da aguardente. Tudo
faziam, a tudo atendiam e por tudo se sacrificavam por uma boa dose de cachaça.
Conta-nos o naturalista francês Saint Hilaire a seguinte passagem: “Logo
que cheguei (ao visitar a fazenda de Ubá), pediram-lhes que dançassem e não foi
sem custo que anuiram, prometendo-se-lhes que ganhariam aguardente...” E explica
Saint Hilaire: “Em duas filas — os homens na frente e as mulheres atrás — eles,
com seus arcos e flechas em posição horizontal; elas, as que amamentavam,
conservavam os filhos nos braços. Um cântico lúgubre e monótono era o início
das danças: — adiantavam-se uns aos outros, grave e compassadamente, ora com
um, ora com outro pé. Caminhavam em linha reta uma dúzia de passos; depois,
toda a fila retrocedia; os que estavam à frente passavam para trás, e
vice-versa, e recomeçavam em sentido contrário. A essa primeira dança seguia-se
outra, com a qual — diziam os índios — celebravam a derrota do jaguar, e a
acompanhavam cânticos menos tristes. Avançavam do mesmo modo, em duas filas,
mas em espaço mais curto; em vez, porém, de manterem o corpo erecto, curvavam-se
para frente, tendo uma das mãos sobre o quadril e saltavam com mais
vivacidade”. Os índios que se internavam pelas matas de Valença, sem habitações
permanentes, vivendo exclusivamente da caça, já se iam acostumando com
alimentar-se de feijão e fubá. As mulheres tinham o hábito de, às mãos cheias,
comer com os dedos. Os homens usavam cascas de madeira, à maneira de
colher, e tinham o costume de comer, juntos, à beira de grande gamela. Os
índios Purus alimentavam-se da caça e comiam carne assada,
extremamente tostada. Não raro, os selvagens tinham grande apetite pelos
frutos, principalmente pelas raízes. O inhame, comiam-no os índios sob a forma
de farinha, ou cozido na água, ou, ainda, assado - na brasa. O cipó, também
conhecido dos indígenas pelo nome de cará do mato, era comido cozido
ou assado. O aipim — também denominado mandioca mansa, cuja raiz os
selvagens comiam crua, cozida na água ou assada na brasa, indiferentemente —
era o alimento predileto de algumas tribos. Os índios Coroados eram
muito práticos no serviço de transporte. Os Purus faziam uso de uma
espécie de balaio, feito unicamente de folhas de palmeira, com o qual
transportavam seus produtos de caça. Os Coroados usavam também, para
o mesmo fim, outros tipos de balaio, feitos de folhas de caniços e de tiras
de taquara poca. Para condução de água, o pote de barro cozido,
chamado camucim, era muito usado pelos índios Coroados. Para a apanha
da água, utilizavam de um pequeno utensílio muito cômodo, constituído de um
coco atravessado por um pedaço de madeira que servia de cabo.
Os Coroados eram exímios fabricantes de objetos de cerâmica, assim
como peritos na arte de trançar. Faziam, com muita habilidade, arcos e flechas;
sabiam aproveitar as fibras dos galhos novos de imbaúba e, com elas, fabricavam
suas redes. Também fabricavam um tecido, muito forte, porém, grosseiro, com o
qual faziam camisas para uso dos portugueses, que as encomendavam a troco de um
pouco de aguardente. Os utensílios dos índios se reduziam a testos para
cozinhar a mandioca, panelas ou uma cumbuca para guardar farinha, bem como
algumas cuias singelas, que serviam de copos para beber água, e, raramente, de
pratos. Com perfeição, confeccionavam redes (maquiras) e
cordas (mussurana), feitas de várias espécies de embiras. O machado
de pedra era uma das suas principais ferramentas. O índio Coroado, a
pretexto de que devia ir ligeiro para combater, isto é,
desembaraçadamente, só levava o arco e a flecha, e tudo o mais, a mulher é que
conduzia: a rede ao ombro, a cabaça e a cuia dependuradas a um lado, e o
filhinho, numa tipóia, às costas. Outro utensílio indispensável à
cabilda era a canoa (igara). O uso da trombeta militar só era feito
pelo chefe para dar o sinal de combate e animar a coragem dos guerreiros durante
a luta contra os inimigos indígenas. Esse instrumento, original pela sua
feitura, era feito de madeira, e produzia um som bastante agradável. O bocal,
pouco fatigante, era accessível à mais leve vibração dos lábios.
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